Muitas mulheres têm a sensação de que 40 semanas é pouco tempo para
dar conta de tudo o que precisa ser providenciado até o bebê nascer:
viabilizar o quartinho dos sonhos, reformar a casa, comprar o enxoval,
deixar tudo engatilhado no trabalho para os meses de
licença-maternidade… E, em meio a tudo isso, há as consultas (e todo o
malabarismo para encaixá-las na agenda), os exames, as aulas de hidro…
Resultado: o tempo passa e a barriga cresce sem a gestante estabeleça
uma ligação mais profunda com esse fato. Quando se dá conta, a futura
mamãe já virou mãe de fato e está voltando para casa com um bebê no
colo.
Essa falta de conexão com a gravidez pode trazer uma sensação de
vazio no pós-parto e tornar esse período mais difícil do que ele já é.
“Gestação é um estado especial. Devemos tentar enxergá-la dessa forma,
diminuir o ritmo e não nos preocupar tanto com o aspecto prático dos
preparativos. Há um preparo emocional para ser feito durante os nove
meses”, destaca Márcia Koiffman, obstetriz da Primaluz, instituição que
acompanha mulheres em busca do parto humanizado e oferece orientações
sobre aleitamento.
Essa preparação emocional começa com permitir-se refletir sobre os
medos e angústias que toda grávida sente. Se isso puder ser feito num
grupo de gestantes, então, melhor ainda. “A futura mãe lida com emoções
ambivalentes. Mas muitas procuram não pensar a respeito, o que não é
legal. A própria consulta do pré-natal seria um espaço para isso. O
médico não deve apenas checar peso e pressão, mas também tentar saber
como está o aspecto emocional de suas pacientes”, aponta Márcia.
Essa conexão com o momento “estou grávida” não precisa (nem deve)
acontecer somente de modo racional, em rodas de conversa, por meio de
leituras ou reflexões solitárias. Dedicar-se a algum trabalho manual ou a
qualquer outra forma de expressão artística pode ser muito proveitoso
também. Existem grupos de grávidas, por exemplo, que se reúnem para
costurar bonecas de pano. Claro que não é possível se desconectar
inteiramente das atividades intelectuais e da vida prática durante os
nove meses, mas é muito importante encontrar brechas para se dedicar a
essa conexão especial com a gravidez e não se preocupar tanto com as
outras providências.
Fonte: http://www.mamaeebebe.com.br/blog/?p=1102
Nenhum comentário:
Postar um comentário